1935
Quem passa pela rua Jorge Velho não imagina que onde hoje está o edifício Tom Jobim já foi a casa de uma pioneira vinda da Rússia. Antes dos blocos de apartamentos, do asfalto e da correria urbana, o mesmo solo abrigou a luta silenciosa de Zenaida Popoff, uma mulher que, com as mãos calejadas e a coragem dos que constroem do zero, fincou raízes em uma terra então tomada por mata fechada e caminhos por abrir.
Nascida na Rússia em 1913, Zenaida sobreviveu a tempos turbulentos. Ao lado do marido Dimitri e dos filhos, cruzou oceanos e fronteiras até chegar ao Brasil, depois de um período de refúgio na Índia. Em 6 de julho de 1935, chegou diretamente a Londrina, cidade ainda em formação, onde foi assentada pela Companhia de Terras na região da Usina Três Bocas — área de difícil acesso e natureza bruta.
Ali, a família enfrentou, além da densa mata virgem, o idioma desconhecido, o isolamento e as doenças tropicais, como a malária. Zenaida, mãe de seis filhos, tornou-se tanto o esteio da casa quanto uma força produtiva essencial: trabalhava na roça, costurava com perfeição e acolhia os desafios com firmeza. Foi desbravadora em todos os sentidos.
Mais tarde, já com os filhos crescidos, a família se estabeleceu na zona urbana, em um terreno onde, décadas depois, se ergueria o Condomínio Tom Jobim. A modernidade do edifício esconde, em suas fundações, a memória de uma mulher que ajudou a fazer Londrina acontecer — sem discursos, sem placas, mas com trabalho, fé e persistência.
Zenaida Popoff faleceu em 1 de janeiro de 2007, aos 94 anos.
Fontes: Câmara Municipal de Londrina / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.
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