2003
A inauguração do Camelódromo Central de Londrina, em janeiro de 2003, foi cercada de expectativas e promessas. Instalada na esquina das ruas Sergipe e Mato Grosso, a estrutura batizada de “Shopping Popular” representava uma tentativa da prefeitura de reorganizar o comércio informal no centro da cidade. Ao todo, mais de 300 camelôs foram transferidos das calçadas da avenida Leste-Oeste — em frente ao Museu Histórico — e de um trecho interditado da avenida São Paulo. A ideia era antiga: concentrar em um só ponto a atividade de vendedores ambulantes que, por anos, desafiaram os limites da legislação urbana e da tolerância institucional.
Contudo, o que parecia ser uma solução definitiva deu origem a uma nova série de impasses. Nos anos seguintes, o camelódromo passou a ocupar espaço frequente no noticiário, agora por denúncias e irregularidades. A comercialização informal dos boxes, proibida enquanto o aluguel do imóvel era financiado pelo poder público, gerou controvérsia e desconfiança. As denúncias de pirataria, contrabando e até venda de medicamentos ilegais adicionaram tensão à relação entre os camelôs e o poder público.
Além disso, o espaço enfrentava problemas estruturais: instalações elétricas precárias, falhas na acessibilidade e ausência de segurança adequada. As críticas vinham de todos os lados — comerciantes do entorno, autoridades municipais e a Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil). No centro da disputa estava uma questão maior: como compatibilizar o direito ao trabalho com a legalidade e a ordem urbana?
A tensão atingiu seu ápice em julho de 2007, com a operação “Capitão Gancho 2”, que envolveu a Polícia e a Receita Federal e resultou em confrontos, apreensões milionárias e protestos que paralisaram o centro da cidade.
Fontes: Acervo Folha de Londrina / Acervo Londrina Histórica.
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