Educação em campo aberto: uma aula inesquecível na Reserva do Apucaraninha

1963


É 1963, e o que vemos na imagem está além de um grupo de pessoas posando para a câmera. É o retrato de um tempo em que, com maior frequência do que atualmente, a educação atravessava os muros da escola. Em meio à terra batida, vegetação rasteira e uma árvore sem folhas que desponta ao fundo, o registro mostra, junto a kaingangs, alunos e professores do Colégio Londrinense em atividade extraclasse na então Reserva Indígena do Apucaraninha, localizada no antigo distrito de Tamarana, pertencente a Londrina até 1995.

As professoras Lucy e Ana Kiel, ao lado de outras figuras da docência, eram as líderes da visita que tinha por objetivo ampliar a percepção dos alunos para além do conteúdo formal, criando um vínculo direto com a realidade social e cultural do Paraná rural e indígena. O ambiente é simples: uma construção de madeira à esquerda sugere moradias ou estruturas da reserva; a terra seca, revolvida, reforça o cenário rústico que acolheu o grupo. Ali, a aprendizagem parece brotar da observação, da escuta e da convivência.

O local visitado era (e ainda é) lar do povo Kaingang, cujas terras foram oficialmente delimitadas décadas antes, mas cujos direitos e existência seguem sendo pautas contemporâneas. A escolha da reserva como destino educacional é indicativo de um projeto pedagógico progressista, que buscava na vivência comunitária e no respeito à diversidade uma forma mais humana de ensino — mesmo nos anos 1960, ainda marcados por visões conservadoras e centralizadoras.

O registro fotográfico, pertencente ao acervo de Maria Elena Bonzanino e divulgado pela página “Londrina – Foto Memória”, preserva rostos e poses, além de uma pedagogia que também valorizava o contato direto com as realidades sociais.

Fontes: Acervo pessoal de Maria Elena Bonzanino / Londrina – Foto Memória, página no Facebook / Acervo Londrina Histórica.

Compartilhe

Inscreva-se

* respeitamos nossos inscritos, não enviamos spam.

Inscreva-se

* respeitamos nossos inscritos, não enviamos spam.

Cookies: nós captamos dados por meio de formulários para melhorar a sua experiência no site. Ao continuar navegando, você concorda com a nossa Política de Privacidade.