A Colônia Lorena

1930



A história da Colônia Lorena repousa à sombra dos imponentes pés de café. Embora seja referenciada como área rural de Londrina, a localidade está em terras na Estrada do Caramuru, que pertencem à Cambé. Ali, desde os anos 1930, o esforço de dezenas de famílias japonesas ajudou a construir Londrina, moldando sua paisagem e seus alicerces econômicos, sociais e culturais.

A chegada da família Koji Yoshikawa, em 1932, marcou o início dessa história. Logo vieram outras, como a de Takae Miyazaki, vinda de Cafelândia. Com coragem, essas famílias abriram clareiras na mata densa, enfrentando desafios que hoje parecem inimagináveis. Derrubar árvores gigantes, preparar o solo e, então, plantar — essa era a rotina diária. O café, produto símbolo da riqueza do norte paranaense, foi o motor desse desenvolvimento.

A foto que acompanha essa narrativa é reveladora: homens de chapéu, mangas arregaçadas, estendendo lonas aos pés dos cafezais — um gesto que antecede a colheita, quando os grãos maduros são cuidadosamente recolhidos. A cena retrata o trabalho e uma conexão profunda com a terra e com o ciclo da natureza.

A vida comunitária na Lorena ia além do campo. O Clube Agrícola 4-H de Lorena era centro de convivência e aprendizado, funcionando também como escola. Próximo dali, a Capela Nossa Senhora de Lourdes reforçava a espiritualidade da comunidade. E a casa de madeira dos professores Eizo e Corina Okano simboliza a valorização da educação, algo muito presente na cultura japonesa.

Os “undokais” — tradicionais festivais esportivos e culturais — reuniam as famílias em dias de festa e fortalecimento dos laços comunitários. Essa herança permanece viva até hoje, seja na memória dos descendentes ou nas paredes do Bar Lorena, na rua Quintino Bocaiúva, famoso pelos bolinhos de carne e por carregar, no nome, a lembrança desse pedaço essencial da história de Londrina.

Fontes: Blog Londrina Foto Memória / Acervo Edson Sigueaki Ogassavara / Acervo Folha de Londrina / Acervo Londrina Histórica.

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