Era fevereiro de 1948 quando Londrina viveu um de seus momentos de maior apoteose cívica. A fotografia congela o instante em que uma multidão impressionante disputava espaço na rua Minas Gerais, quase esquina com a rua Santa Catarina, diante do antigo Paço Municipal. No balcão da prefeitura, tremulavam as bandeiras do Brasil, do Paraná e do jovem município, que já se estabelecia com ares de metrópole.

O visitante ilustre era ninguém menos que o presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, que havia assumido o comando do país em 1946, após o fim da ditadura Vargas e a promulgação da nova Constituição. Era a primeira vez que um chefe de Estado pisava o chão poeirento da cidade que, poucos anos antes, não passava de um punhado de ruas abertas pela Companhia de Terras Norte do Paraná.

Estimativas apontam que a cena reuniu milhares pessoas – um público expressivo, considerando que a população local à época girava em torno de 20 mil habitantes. Os londrinenses se acotovelavam em cada vão de sombra, alguns se protegendo do sol com sombrinhas ou guarda-chuvas, em um dia que parecia ardente.

No ângulo do Paço Municipal,  distingue-se o prédio da Associação Comercial e Industrial de Londrina, entidade decisiva no desenvolvimento econômico e, logo ao lado, o edifício da Companhia de Terras, cuja atuação havia transformado o norte paranaense em fronteira agrícola.

O prefeito Hugo Cabral, cearense que governava Londrina desde o ano anterior, recepcionou Dutra e destacou a pujança do café e a promessa de prosperidade. Enquanto o presidente acenava para a multidão, homens de chapéu, mulheres com vestidos estampados e crianças curiosas se espremiam para ver de perto a autoridade máxima do país.

Era um dia importante para Londrina. A cidade pôde se sentir protagonista de uma história maior, inserida no cenário nacional de reconstrução democrática e modernização.

Fontes: Prefeitura do Município de Londrina / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

Outras publicações:

Quando a UEL ainda era sonho e horizonte

A Londrina que saudou o interventor Manoel Ribas