O ano de 1991 marcou o fim de uma era para a construção civil londrinense. O Plano Collor, com seu confisco dos ativos financeiros, interrompeu bruscamente a evolução que vinha transformando Londrina numa metrópole vertical. Para a Construtora Brasília, que havia construído dezenas de edifícios na década anterior, o impacto foi devastador: apenas dois prédios seriam erguidos nos anos 1990.

A crise atingiu em cheio o modelo de negócios que havia funcionado perfeitamente durante a década inflacionária. Sem financiamentos disponíveis e com a economia em recessão profunda, a demanda por apartamentos despencou. As construtoras que haviam se acostumado com o fluxo de dinheiro e os lucros garantidos da era inflacionária viram-se obrigadas a repensar completamente suas estratégias.

Manoel Alho da Silva, fundador da Brasília, em entrevista a Viviane Rodrigues de Lima Passos, registrada na dissertação de mestrado “A Verticalização de Londrina: 1970/2000 – Ação dos Promotores Imobiliários”, lembrou que "o Plano Collor acabou com a facilidade de captação de recursos". A empresa que chegara a ter 137 edifícios em construção simultânea pelo país inteiro precisou diversificar ainda mais suas atividades para sobreviver. Mas nem mesmo a diversificação foi suficiente.

Em 1997, a Construtora Brasília encerrou suas atividades, em razão das dificuldades financeiras agravadas pelo não recebimento de 36 milhões de dólares referentes à obra da Ferrovia Madeira-Mamoré, em Rondônia. Junto com ela, fecharam a Independência Táxi Aéreo e a Serramar, encerrando um ciclo de quase quatro décadas de história empresarial londrinense.

Na foto, o edifício Embaixador construído pela empresa em 1979, na rua Belo Horizonte, 734, com 20 pavimentos e 18 apartamentos de 245,15 m2. 

Fontes: Dissertação de Viviane Rodrigues de Lima Passos. A verticalização de Londrina: 1970/2000 – a ação dos promotores imobiliários (UEL, 2007); entrevistas com Manoel Alho da Silva. / Imagem Google Earth / Acervo Londrina Histórica.

Outras publicações:

A Construtora Plano

O império da Construtora Brasília que chegou aos céus