No centro de Londrina, década de 1970, uma fotografia feita do alto, hoje guardada com zelo pelo Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss, registra um momento de virada urbana: a transição entre a Londrina de perfil horizontal e o novo contorno vertical que despontava no horizonte da cidade. A imagem, feita da rua Quintino Bocaiúva, projeta um olhar privilegiado para a avenida Paraná, onde se ergue então o Calçadão de Londrina, lugar de comércio e da vida urbana local.

À frente, ainda predominam os telhados de barro, as construçcões térreas de alvenaria e madeira, resquícios vivos da arquitetura de um tempo em que Londrina era mais conhecida por seu espírito pioneiro e colonizador. As vias, mesmo que asfaltadas, mantêm o ar espontâneo de uma cidade que cresceu mais rápido do que seus planos diretores conseguiram prever. Fuscas, caminhonetes e motocicletas dividem o espaço com pedestres apressados e comerciantes de calçada. O comércio popular, com fachadas simples e placas garrafais, ainda resiste à chegada dos grandes centros comerciais que viriam nos anos 1980.

Ao fundo, porém, o novo tempo já se insinua. A floresta de concreto dá seus primeiros sinais, com edifícios residenciais e comerciais subindo em linha reta contra o céu paranaense. A verticalização de Londrina, impulsionada pelo avanço econômico do norte do estado, pela valorização imobiliária e pela migração urbana, toma corpo, e com ela vem a mudança no perfil da cidade: mais moderna, mais cosmopolita, mas também mais desigual e complexa.

Fontes: Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss/ Prefeitura do Município de Londrina / Acervo Londrina Histórica.

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