A demolição de uma memória de 80 anos

1930



Na esquina das ruas Santa Catarina e Uruguai, onde por décadas ergueu-se um armazém da década de 1930, o ruído das máquinas substituiu a memória. Com mais de 80 anos de existência, o local abrigou a Máquina de Arroz Londrina, que atravessou a fundação de Londrina, a guerra, o ciclo do café e o progresso urbano, foi ao chão no início de janeiro de 2022, conforme publicou a Folha de Londrina, na matéria “O fim da história de uma edificação de mais de oito décadas”, escrita pelo jornalista Vitor Ogawa. Restaram os escombros e uma pergunta: o que se perde quando se apaga um prédio antigo?

O empreendimento Irmãos Nishiyama e Cia, foi criado pelos irmãos Satoru e Massami Nishiyama e pelo cunhado Takashi Kazahaya. No começo, a estrutura montada não era um negócio, pois dedicava-se a receber o arroz produzido na agricultura local pelos japoneses e depois devolver aos mesmos o produto já beneficiado. Depois, virou negócio.

A construção, de arquitetura simples e linhas retas, embora não tenha sido tombada como patrimônio histórico, estava impregnada de pertencimento. Suas paredes eram testemunhas do caminhar de gerações. Abrigou comércio, família, silêncio. Não havia ali ostentação, mas a relevância daquilo que permanece.

Espaço de muitas memórias, ao ser demolido, o imóvel segue a trilha de tantas outras estruturas que cedem à urgência do novo ou aos desafios de sua manutenção. E assim desaparecem não apenas paredes, mas traços de um urbanismo erguido quando a cidade ainda se fazia de terra batida e esperanças.

Fontes: Arquivo Folha de Londrina / Foto: arquivo Folha de Londrina / Acervo Londrina Histórica.

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