Por trás dos retratos sociais que estampavam colunas e dos registros das festas e do esporte que movimentavam Londrina, havia um olhar silencioso, porém atento: o de Aníbal Vieira da Cruz. Com sua câmera pendurada no ombro e o sorriso sempre à disposição, ele atravessou décadas contando a história da cidade — não com palavras, mas com luz, enquadramento e tempo.

Aníbal foi um dos principais cronistas da transformação visual de Londrina. Atuou em veículos como a Folha de Londrina, com destaque para os trabalhos realizados tanto ao lado do jornalista Oswaldo Militão quanto na Folha da Sexta. Ele documentou a efervescência dos clubes sociais, as festas, os bailes de gala, as cerimônias populares e os eventos esportivos locais. Cada clique seu era também um gesto de pertencimento e afeto à cidade onde construiu sua trajetória.

Talvez sua maior contribuição tenha sido a capacidade de traduzir o espírito de Londrina em imagens: das edições da ExpoLondrina, que ele acompanhou ano após ano, e, sobretudo, a força das tradições rurais dos distritos da região, sempre retratando as pessoas com dignidade e respeito. Não era um fotógrafo que buscava o sensacional. Ele procurava a essência.

Além de sua atuação na imprensa, Aníbal também foi servidor da Prefeitura Municipal de Londrina. Trabalhou na AMETUR, antiga Autarquia de Esportes e Turismo, onde somou talento à promoção dos eventos que ajudaram a consolidar Londrina como polo esportivo e cultural.

Morreu em maio de 2023, aos 69 anos, deixando um legado imensurável. A cidade que ele registrou em preto e branco e cores ainda carrega sua assinatura visual em acervos públicos e arquivos particulares. Mais que fotógrafo, foi um memorialista do cotidiano.

Fontes: Acervo Folha de Londrina / Acervo Londrina Histórica.

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