Do lombo ao ônibus: a história do transporte coletivo em Londrina

1930


A trajetória dos transportes públicos em Londrina é um reflexo nítido do próprio processo de urbanização da cidade. De uma malha rudimentar nos primeiros anos de fundação, quando o deslocamento se fazia por carroças, lombos de burro ou a pé, o município construiu ao longo das décadas um sistema de mobilidade coletiva que acompanhou, nem sempre com a mesma velocidade, o crescimento urbano acelerado da metrópole do Norte do Paraná.

Nos anos 1930 e 1940, o transporte era limitado e adaptado às condições precárias das estradas de terra batida. Os primeiros veículos motorizados a circular em caráter regular ainda conviviam com as jardineiras — pequenas peruas que levavam passageiros entre o centro e os bairros ainda em formação. A ausência de um plano diretor voltado à mobilidade urbana fez com que o crescimento periférico não fosse acompanhado por investimentos proporcionais no setor.

Foi apenas a partir da década de 1950, com a consolidação de Londrina como um centro regional de serviços e comércio, que o transporte coletivo ganhou contornos mais estruturados. Empresas privadas começaram a operar linhas regulares de ônibus, conectando o centro às regiões norte e sul. O surgimento de bairros populares, como a Vila Nova e a Vila Casoni, ampliou a demanda por deslocamentos diários, especialmente para trabalhadores e estudantes.

Nas décadas de 1970 e 1980, com a verticalização do centro e o espraiamento da cidade, o sistema de ônibus tornou-se indispensável. Contudo, os desafios não eram poucos: linhas ineficientes, superlotação e, por vezes, uma tarifa incompatível com a renda dos usuários.

Apesar de tentativas de modernização — como a criação de terminais de integração e o sistema de bilhetagem eletrônica —, ainda hoje o transporte coletivo em Londrina enfrenta críticas quanto à sua cobertura, regularidade e acessibilidade. Historicamente, o planejamento urbano priorizou o transporte individual, o que contribuiu para o inchaço do tráfego e para a desvalorização do transporte público como alternativa eficiente.

Fontes: Prefeitura do Município de Londrina / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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