A primeira cadeia de Londrina

1930


Muito antes de Londrina ser reconhecida como um polo urbano e industrial pujante, sua infraestrutura pública ainda engatinhava — ou, mais precisamente, se equilibrava sobre estacas de madeira tosca. No início da década de 1930, quando a cidade de Londrina ainda se erguia sobre o barro vermelho e os ideais de progresso, a segurança pública caminhava aos tropeços.

A fotografia atribuída a José Juliani é um retrato cru desse início: nela está a primeira cadeia pública da cidade, um cubículo de madeira erguido na rua Mato Grosso que mais parece um depósito improvisado do que um prédio institucional. Com seu aspecto de casebre, cercado por uma cerca rústica, o espaço mal comportava a mesa e a cadeira do delegado. Além de um registro visual, a imagem é também um testemunho da precariedade que marcava a estrutura repressiva nos primórdios da cidade.

O que choca, no entanto, não é apenas o tamanho diminuto ou a ausência de estrutura para contenção de detentos, mas a solução adotada pelas autoridades da época: os presos não eram mantidos dentro da delegacia, mas sim num carroção-jaula puxado por animais, estacionado ao lado. Explicando de maneira direta, os detentos passavam dias e noites ali, à vista de todos, como se fossem parte de uma exposição pública — uma vitrine de vergonha.

O destino final dos presos era a cidade de Jataizinho, que contava com uma delegacia estruturada. Até lá, os detentos aguardavam a transferência presos no carroção, suportando o calor, o frio, a chuva e, principalmente, o olhar da população que circulava pela região central da então recém-nascida Londrina.

Fontes: Blog Londrina Histórica / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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