Nos anos 1950, Londrina era uma cidade que pulsava com o vigor dos novos tempos, e nada representava melhor essa vitalidade do que a movimentação incessante registrada no cruzamento da rua Sergipe com a avenida São Paulo. A fotografia de Yutaka Yasunaka revela uma cena vibrante: passageiros se aglomeram sob a marquise da quarta Estação Rodoviária de Londrina, um projeto moderno e ousado dos arquitetos Carlos Cascaldi e João Batista Vilanova Artigas.

Projetada em linhas puras e sustentada por elegantes pilotis, a rodoviária, mais do que um ponto de embarque e desembarque, era uma verdadeira obra de arte que emoldurava a rua Sergipe. A entrada principal de pedestres, posicionada estrategicamente na movimentada via, fazia com que a rua e a rodoviária vivessem em intensa simbiose: o fluxo de ônibus e viajantes injetava vida à rua; em contrapartida, a vitalidade comercial e urbana da Sergipe valorizava a importância da estação.

Na imagem, vemos um desfile espontâneo da vida cotidiana: homens de chapéu se agrupam, um fotógrafo se posiciona ao lado de seu tripé, automóveis robustos desfilam pela avenida São Paulo e a vegetação meticulosamente disposta sugere o zelo por aquele espaço que, para muitos, era o primeiro contato com Londrina. Mais ao fundo, o prédio que aparece em construção, sinal claro do crescimento que a cidade experimentava naquele momento.

O encontro da rua Sergipe com a rodoviária era, portanto, mais do que um ponto geográfico — era um símbolo de circulação de sonhos, de oportunidades e de modernidade. Esse trecho da cidade foi cenário e protagonista de despedidas, reencontros, negócios fechados e vidas que se entrelaçaram. Ainda hoje, a rua Sergipe carrega nas suas calçadas a memória viva do momento que a arquitetura moderna e o movimento popular se encontraram para fazer história.

Fontes: Acervo Folha de Londrina / Prefeitura do Município de Londrina / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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