Coração de madeira: a saga de uma família no centro pioneiro de Londrina

1930


A imagem, capturada na década de 1930, mais do que um registro fotográfico, é um manifesto silencioso da tenacidade dos primeiros colonos de Londrina. Ao centro, uma casa feita de palmito Jussara — madeira abundante e de fácil manejo — ergue-se como testemunha da fundação da cidade. Ao redor, outras estruturas simples, construídas com o mesmo material, reforçam a paisagem de um tempo em que o centro urbano era, na prática, o limite entre o sonho e a floresta.

O núcleo familiar ocupa o primeiro plano. Mulheres e crianças com roupas modestas e pés descalços — sinal claro da precariedade e da naturalidade com que se vivia a vida no barro. Ao lado delas, homens montados a cavalo, o meio de transporte por excelência em um território onde o asfalto ainda era ficção. O cavalo não era apenas montaria, mas ferramenta de trabalho e símbolo de conexão entre os pequenos lotes e as poucas áreas de comércio que então surgiam.

Ao fundo, a mata nativa desponta imponente. Um paredão verde escuro de onde, dia após dia, os colonos abriam espaço com machado, fogo e coragem. Cada clareira significava uma nova possibilidade de cultivo, de moradia, de permanência. Era o tempo em que a cidade crescia à força de braços familiares — homens, mulheres e crianças empenhados em desbravar uma terra que prometia fartura, mas exigia resiliência.

O centro de Londrina, hoje coberto por concreto e edifícios, nasceu assim: de madeira, suor e esperança. E esta foto, singela e potente, nos devolve o olhar para aquilo que realmente sustentou o progresso: a força anônima de quem chegou primeiro.

Fontes: Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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