1950
Se houvesse um ponto onde a história de Londrina se encontrava com o futuro, este era o espaço que a fotografia eterniza: no meio da imagem, mais à direita, a monumental Estação Ferroviária, inaugurada em julho de 1950, com seu telhado inclinado que lembrava os casarões europeus e saudava o viajante que chegava de trem; na parte de baixo da foto, a moderna Rodoviária, obra arrojada assinada pelos arquitetos João Batista Vilanova Artigas e Carlos Cascaldi, inaugurada em 1952, ícone da transição do transporte sobre trilhos para o ônibus que rasgava as estradas vermelhas do Norte do Paraná.
Entre estes dois prédios, como se fosse um palco cívico, a praça Rocha Pombo começava a ganhar forma — ainda sem o paisagismo completo, mas já ocupada por caminhos em curva e pequenos arbustos que tentavam suavizar o cenário de terra batida. Era ali que a vida fervilhava, em um vaivém de malas de couro, sacas de café, abraços de reencontro e despedidas com lenços agitados pela janela.
Os anos 1950 foram, afinal, a década de ouro da “Capital Mundial do Café”. A fama corria o Brasil e atraía milhares de migrantes. Famílias inteiras desembarcavam na rodoviária ou na ferroviária com a esperança de se estabelecer como colonos, comerciantes ou funcionários públicos. Ao fundo da imagem, os galpões e pequenos sobrados guardavam depósitos de café beneficiado que seguiria dali rumo ao Porto de Santos, sustentando a economia local e fincando o nome de Londrina no mercado internacional.
Curiosamente, embora fossem prédios destinados ao trânsito de pessoas e mercadorias, ambos serviram também como símbolos de uma cidade que buscava se modernizar. A Rodoviária foi apontada como uma das mais belas do país. A Estação Ferroviária, com seus detalhes arquitetônicos, tornou-se orgulho dos londrinenses. A rodoviária, décadas depois, tornou-se espaço do Museu de Arte de Londrina e a estação ferroviária passou a abrigar o Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss.
Assim, essa fotografia é uma síntese de uma era em que Londrina era sinônimo de promessa: a promessa de fartura do café, de progresso desenhado por arquitetos renomados, de histórias que começavam com o apito de um trem ou o ronco de um ônibus.
Fontes: Prefeitura do Município de Londrina / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.
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