Os vagões de madeira da SPP

1935


Na imagem, um dos lendários carros de madeira da Companhia Ferroviária São Paulo-Paraná (SPP) repousa solitário nos trilhos, fazendo referência a um tempo em que viajar de trem era rito, rotina e, para muitos, a única ponte entre o interior e o mundo.

Entre 1935 e 1981, Londrina viveu ao som dos apitos e da fumaça das locomotivas. Os trens da SPP, inicialmente puxados a lenha – o "ouro verde" da mata nativa – eram a espinha dorsal da integração territorial do Norte do Paraná. Nos vagões se misturavam sacas de café, correspondências, comerciantes, famílias, e até cavalos — transportados nos emblemáticos vagões gaiola, sempre acoplados à cauda dos trens.

Era comum ver nos vagões de madeira, como o da foto, passageiros dividindo bancos estofados com sacolas, redes, galinhas e crianças curiosas, embaladas pelo balanço do trem e pelo cheiro de brasa das locomotivas. No auge da operação, trens como o P-10 (que partia de Ourinhos) e o P-9 (vindo de Maringá) cortavam os cafezais, enquanto os mistos M-22 e M-23 faziam o mesmo caminho com carga e dois carros de passageiros – os mais humildes, mas também os mais populares.

Nos anos 1970, a concorrência das estradas asfaltadas e dos ônibus modernos foi minando lentamente esse serviço. O glamour dos tempos pioneiros deu lugar a composições menos frequentes, e os trens, antes símbolo de progresso, passaram a parecer relíquias de um passado romântico.

O fim dos trens de passageiros em 1981 não apagou sua marca. Para muitos londrinenses, ainda hoje, é possível ouvir na lembrança o ranger dos trilhos e o apito da locomotiva ao se aproximar da estação.

Fontes: Blog Londrina Histórica / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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