A história de um dos capítulos mais nobres da saúde e da educação londrinense é contada pela Escola de Enfermagem Mater Ter Admirabilis, carinhosamente conhecida como “a escola dos anjos de branco”.

Fundada em 1960, com uma missa celebrada pelo bispo dom Geraldo Fernandes Bijos na capela da Santa Casa, a escola nasceu do esforço conjunto entre religiosos e médicos pioneiros. Seu idealizador foi o médico Anísio Figueiredo, que precisou de sete anos de persistência para ver o curso aprovado pelo Ministério da Educação. O principal obstáculo era acadêmico: formar, em nível universitário, uma religiosa para conduzir o curso. A escolha recaiu sobre a irmã Adjtrix Feldman, veterana da Cruz Vermelha na Segunda Guerra Mundial, que cursou a Escola de Enfermagem Santa Catarina, em São Paulo.

O curso foi acolhido nas dependências da Santa Casa, onde a congregação das Irmãs de Maria de Schoenstatt atuava desde 1936. As salas foram cedidas pelo hospital, médicos como Luiz Gonzaga Bortoni e Jurandir Moraes da Silva abraçaram o projeto, e a irmã Hortense Müller veio de fora para coordenar os trabalhos iniciais. Era um curso intensivo de dois anos, voltado à formação de auxiliares de enfermagem — profissionais que, já no título popular da escola, seriam conhecidos como “anjos de branco”.

A primeira turma foi pequena, mas histórica: nove mulheres, entre elas a irmã Rosamaris Fabeni (Luzia Maria Fabeni), que dedicaria toda a sua vida ao cuidado hospitalar. Sua jornada começou aos 11 anos (na condição de “juvenista”), servindo refeições e limpando enfermarias, e só terminou em 2011, quando faleceu aos 77 anos, após mais de sete décadas de serviço.

Fontes: José Antônio Pedriali. Uma viagem através do tempo. Do pioneirismo à modernidade: evolução dos serviços médicos de Londrina. Londrina: Museu Histórico de Londrina, Unimed, 2021. 123 p. / Acervo Londrina Histórica.

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