Em um cenário onde a Cultura frequentemente disputa espaço com as urgências do cotidiano, Londrina protagonizou um expressivo gesto de valorização da arte. A manchete da “Folha 2”, edição de 26 de outubro de 2018, anunciou um marco: R$ 4,8 milhões destinados ao setor audiovisual da cidade. O aporte previsto seria viabilizado por meio do Edital de Coinvestimentos Regionais da ANCINE – Agência Nacional do Cinema, utilizando recursos do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA), com R$ 4 milhões, enquanto à Prefeitura de Londrina caberia o valor de R$ 800 mil.

A iniciativa, articulada pelo APL (Arranjo Produtivo Local) do Audiovisual (hoje, chamado LAVI – Londrina Audiovisual) junto ao Conselho Municipal de Política Cultural, foi fruto de um trabalho coletivo envolvendo produtores, gestores culturais e representantes das esferas pública e privada. Mais do que números, esta ação representou a valorização do talento local e a criação de condições concretas para transformar ideias em obras, sejam elas filmes, documentários ou séries.

Londrina, desde o seus primórdios, já demonstra vocação para o audiovisual, com seus cineclubes, festivais e produções independentes. No entanto, nunca antes houve um aporte dessa magnitude exclusivamente voltado à produção local. Com o apoio da Secretaria Municipal de Cultura e da Secretaria da Cultura do Paraná, o recurso contemplou editais que promoveam o financiamento direto de projetos, bem como a capacitação técnica.

Também refletiu a maturidade do ecossitema do audiiovisual londrinense que compreendeu que o cinema pode ser não apenas expressão artística, mas vetor de desenvolvimento regional. O audiovisual é linguagem, é memória, é inclusão e oportunidade de trabalho e renda. E em tempos de convergência midiática, representou também inovação econômica.

A foto mostra o Calçadão de Londrina, cenário de filmes londrinenses.

Fontes: Folha de Londrina, reportagem de Marian Trigueiros, em 26 de outubro de 2018. / LAVI (Londrina Audiovisual) / Acervo Londrina Histórica.

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