1970

Na foto, a Alameda Miguel Blasi surge vista a partir dos fundos da Catedral Metropolitana, emoldurada por carros baixos e árvores ainda jovens. Era meados da década de 1970, num instante em que Londrina atravessava um dos períodos mais acelerados de sua transformação urbana. Os edifícios espichavam-se em direção ao céu como se quisessem anunciar, em concreto, a modernidade prometida desde os tempos da colonização planejada.
Os prédios altos, com suas fachadas de linhas retas e repetitivas, refletiam tanto a mudança no perfil da cidade quanto o imaginário de boa parte de sua população. Morar no alto era sinônimo de status, progresso e segurança. A cidade horizontal das casas térreas, quintais e cercas vivas começava a ceder espaço para os condomínios verticais, impulsionados por uma classe média em expansão e pela atuação de construtoras locais que apostavam na verticalização como resposta à escassez de terrenos centrais.
No asfalto, a paisagem também falava sobre seu tempo. Os fuscas, variantes, corcéis, jipes formam uma espécie de linha do tempo sobre rodas. Cada modelo diz algo sobre os desejos, os padrões de consumo e os limites técnicos daquela época. O vermelho queimado e o branco predominam, cores típicas do período. Sem pressa, sem sinal digital. Aliás, era o período que a Sercomtel realizava mais uma expansão de sua rede de linhas telefônicas (telefonia analógica).
A fotografia também mostra uma vegetação ainda em formação. Nas calçadas, as árvores, pequenas, sugerem que a sombra ainda era projeto. Havia um contraste entre a pressa de subir prédios e a lentidão do verde em se firmar.
Fontes: Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Blog Londrina Histórica / Acervo Londrina Histórica.
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