Um retrato do centro em transformação

Na virada para os anos 1970, a fotografia tirada da praça Gabriel Martins, com a avenida Paraná em perspectiva, capta um momento de transição na paisagem urbana da cidade. O elemento mais marcante, que distingue essa imagem de registros feitos apenas uma década antes, é a presença imponente do edifício Satélite, recém-construído, que abrigava a agência central do Banco do Brasil. O prédio, com suas linhas retas e modernas, era mais uma referência da verticalização e da institucionalização financeira da cidade.

Ao lado dele, ficava o Cine Londrina, já em seus últimos tempos. Num momento em que a televisão começava a se firmar como principal entretenimento doméstico e a concorrência com os novos cinemas mais modernos se intensificava, o Cine Londrina passou a exibir reprises de grandes clássicos, como Ben-Hur. Na foto, à esquerda, é possível ver parte da faixa que anunciava o filme épico de 1959, estrelado por Charlton Heston e dirigido por William Wyler. Aclamado como um dos maiores de todos os tempos, Ben-Hur conquistou 11 Oscars, incluindo Melhor Filme. 

A avenida Paraná, por sua vez, continuava como uma artéria vital. Abrigava agências bancárias, lojas de departamentos, farmácias, cafés e escritórios, que movimentavam a vida econômica e social. Mas começava a sentir os primeiros sinais da descentralização urbana que viria nas décadas seguintes, com o crescimento dos bairros e o surgimento de centros comerciais periféricos.

Fontes: Magalhães, Leandro. Rua Sergipe – Patrimônio Cultural Londrinense. Londrina: Eduel, 2012 / Blog Londrina Histórica / Acervo Londrina Histórica.

Outras publicações:

Diálogo entre ícones da paisagem de Londrina

Entre esquinas movimentadas e fachadas coloridas