Diálogo entre ícones da paisagem de Londrina

1970

A cena fotografada do alto do edifício Tóquio, no início dos anos 1970, oferece uma vista de Londrina em pleno funcionamento urbano. Em destaque, dois marcos da cidade, a estação ferroviária e a praça Rocha Pombo, estabelecem um diálogo entre o passado e o presente daquela época.

A estação ferroviária, ainda ativa, movimentava cargas e passageiros, conectando Londrina a uma malha ferroviária vital para o escoamento da produção cafeeira e para a circulação de pessoas em uma cidade que crescia aceleradamente. Seu relógio central marcava o tempo de quem embarcava rumo a outros lugares, numa época em que o trem ainda era sinônimo de progresso. O telhado em estilo enxaimel e as linhas simétricas da fachada já faziam da edificação uma referência visual de identidade urbana.

Logo abaixo da estação, em linha com a rua Acre, estão as casas funcionais da RFFSA. Construções simples, mas padronizadas, abrigavam trabalhadores que faziam girar a engrenagem ferroviária. O conjunto dá pistas sobre a organização do trabalho urbano na ocupação dos espaços naquela fase do desenvolvimento nacional.

No primeiro plano, a praça Rocha Pombo exibe sua composição verde e lúdica, com espelhos d’água, bancos de concreto e canteiros geométricos. É um espaço de pausa diante do movimento incessante dos ônibus que aguardam a vez de subir a avenida São Paulo em direção à rodoviária, vizinha e igualmente ativa.

Esse cruzamento entre fluxo e permanência, entre natureza e infraestrutura, revela uma paisagem bem cuidada e também é uma síntese de um tempo em que Londrina conciliava crescimento urbano com planejamento de espaços públicos. A arborização densa, as vias bem traçadas e a integração entre os modais de transporte apontam para uma cidade que, mesmo em transformação, buscava manter sua coesão visual e social.

Fontes: Acervo Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Blog Londrina Histórica / Acervo Londrina Histórica.