A fotografia é de meados dos anos 1970 e ela revela não apenas a silhueta urbana de uma Londrina em transformação, mas também um novo marco simbólico daquele tempo. A Catedral Metropolitana, recém-concluída (foi inaugurada na noite de 24 de dezembro de 1972), aparece ao centro da imagem como um vértice espiritual e arquitetônico, envolta por um denso cinturão verde.

Erguida em um ponto alto e central da cidade, o novo templo substituía a antiga igreja matriz, que começou a ser demolida em junho de 1968. Seu projeto, idealizado por Edoardo Rosso e Yoshimasa Kimachi, tomava forma de maneira lenta. A estrutura em forma de tenda evoca tanto o gesto de acolhimento quanto a ideia de uma cidade em travessia. Para muitos, o formato de seu telhado é uma referência a primeira igreja matriz construída em madeira no ano de 1934.

Ao redor da Catedral, ainda sem a paisagem congestionada dos anos seguintes, é possível ver um centro urbano que mantinha traços do passado: edificações comerciais de dois ou três andares, telhados de barro e ruas sombreadas por árvores. As cores saturadas da foto indicam um tempo em que Londrina começava a experimentar a modernidade arquitetônica sem romper, de vez, com sua memória construída.

À esquerda da imagem, se destaca o Edifício Bosque com suas linhas verticais modernistas; à direita, já é visível a profusão de edifícios que se espalhariam pelos anos seguintes, consolidando Londrina como uma das cidades mais verticalizadas do interior do país.

Fontes: Acervo Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Blog Londrina Histórica / Acervo Londrina Histórica.

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