A fotografia dos anos 1950 revela uma fase decisiva na história do transporte rodoviário do Norte do Paraná. Sob o letreiro já gasto da Viação Garcia, quatro ônibus enfileirados lado a lado aguardam a próxima viagem. Na parede acima das baias, destinos que a empresa atendia: Cornélio Procópio, Arapongas, Apucarana, Maringá, Paranavaí e São Paulo. São indícios claros de uma região que se conectava por estradas recém-abertas, e por onde o café, as famílias, as encomendas e os sonhos circulavam.

Na imagem, os veículos ostentam a frente imponente dos modelos da época, com carrocerias robustas, grades cromadas e faróis redondos que mais pareciam olhos atentos no escuro das noites de viagem. À frente de cada linha, a numeração do carro: 106, 69, 113, 177. Detalhes que hoje parecem triviais, mas que, à época, eram essenciais para a operação e a confiança do passageiro.

Fundada por Celso Garcia Cid, figura central no desenvolvimento de Londrina, a Viação Garcia foi um elo logístico que ajudou a integrar cidades, dinamizar a economia regional e facilitar o cotidiano da população. A garagem, neste contexto, era um ponto de partida e retorno, lugar de chegada, manutenção e descanso.

O chão de terra batida, as paredes desgastadas e o letreiro parcialmente apagado contrastam com a força simbólica da cena: trata-se de um Brasil em movimento, rodando em motores à diesel e cadernetas de papel, quando as distâncias ainda tinham gosto de aventura. A empresa cresceria e se modernizaria com o tempo, mas aquela garagem modesta permanece como símbolo de uma era em que as estradas passaram a costurar o mapa do interior paranaense.

Fontes: Viação Garcia / Acervo Londrina Histórica.

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