A chegada do primeiro trem a Londrina, em julho de 1935, para além do fato histórico em si, carrega diversas outras importantes histórias. A fotografia mostra aquele primeiro trem estacionado, algumas pessoas se aproximando, crianças no entorno e na frente da locomotiva, a figura de Jacob Marx, um dos pioneiros a acreditar no futuro daquela cidade nascente.

Alemão, integrante de uma família que fugia do nazismo, Marx tinha razões íntimas e estratégicas para estar no comboio inaugural. Além de querer ser o primeiro a chegar com as novidades ao sertão paranaense, havia nele a convicção de que aquele trilho indicaria o caminho do seu futuro e de sua família.

A ferrovia havia sido interrompida anos antes, ainda em Jataizinho, devido à instabilidade econômica provocada pela quebra da Bolsa de Nova York em 1929 e pelas revoluções políticas brasileiras de 1930 e 1932. Foi com a retomada do projeto pela Companhia de Terras Norte do Paraná (CTNP), subsidiária da inglesa Paraná Plantations, que o traçado voltou a andar. Jacob Marx teria contribuído diretamente para esse recomeço, como um dos muitos financiadores do reinício das obras e garantindo a continuidade da linha até Londrina.

O trem era símbolo do progresso. Com ele, chegavam mercadorias, jornais, cartas e gente. E com a partida, iam embora sacas de café, esperanças de lucro e, muitas vezes, despedidas. Foi esse o ciclo que ajudou a consolidar Londrina como centro de escoamento da produção agrícola e como cidade-polo do Norte do Paraná.

Na imagem, o trem parado e as pessoas ao redor parecem pequenas diante da vastidão de terra batida e mata ao fundo. Mas aquele momento foi gigante. Para Jacob Marx e tantos outros que ajudaram a escrever os primeiros capítulos da cidade, aquele foi o apito inaugural de uma nova era.

Fontes: Jornal de Londrina / Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Acervo Londrina Histórica.

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