A imagem, com aparência de vídeo antigo, mostra uma fachada simples e movimentada. A Churrascaria Gaúcha ficava na avenida Jorge Casoni, 2636, entre as avenidas Celso Garcia Cid e Santos Dumont. De fora, era um ponto de passagem, por dentro, virou ponto fixo. A Folha de Londrina, em texto assinado pela jornalista Cláudia Lopes, registrou que a churrascaria fechou definitivamente no início de dezembro de 2000, com 53 anos de tradição, e situou seus “tempos áureos” na década de 1970.

Parte do que manteve essa casa viva por décadas não foi só o cardápio, foi sua função urbana. Restaurantes assim viram uma espécie de sala pública: mesa grande para aniversário, mesa pequena para conversa discreta, mesa do meio para “resolver” assunto. Quando um lugar desses se consolida, ele passa a organizar a memória por cenas: o almoço de domingo, a visita que vinha de fora, o encontro de trabalho que começava no aperto de mãos e terminava no café.

Um texto de memória publicado pelo portal O Londrinense sintetizou o imaginário em três marcas: o cupim, a agitação permanente do proprietário e uma coleção de chaveiros que decorava as paredes.

É um inventário curioso porque descreve um modo de estar no restaurante: comer bem, ser atendido por alguém que “comandava” o ambiente, e olhar, enquanto espera, para um museu informal de objetos miúdos, lembranças trazidas de viagens, feiras, visitas e épocas.

O fechamento também foi narrado em termos de transição. Segundo a Folha, cerca de 11 meses antes do encerramento o então proprietário Luiz Darol Neto repassou o negócio a um grupo de funcionários, que passaria a explorá-lo por um período sem pagar aluguel, em troca de verbas rescisórias.

 A Gaúcha, assim, saiu de cena como muitos lugares históricos: não por falta de afeto, mas por mudança de economia, concorrência e cidade.

Fontes: Acervo Folha de Londrina / portal O Londrinense / Acervo Londrina Histórica.

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