O segundo turno das eleições municipais em 2000 revelou uma das mais expressivas reviravoltas eleitorais da história recente de Londrina. Nedson Micheleti, candidato pelo Partido dos Trabalhadores (PT), conquistou uma vitória avassaladora com 64,15% dos votos válidos — um total de 153.400 votos —, superando com ampla margem o jovem vereador Homero Barbosa Neto, do PDT, que obteve 85.744 votos (35,85%).

O desfecho do pleito contrastava fortemente com o cenário do primeiro turno, em que ambos os candidatos haviam registrado votações bastante próximas: Nedson alcançou 27,24%, enquanto Homero somou 27,14%. A disputa seguiu acirrada para a reta final, mas a consolidação do petista na etapa decisiva das urnas foi notável, especialmente considerando que o terceiro colocado, Luiz Carlos Hauly (PSDB), havia conquistado 23,16% e representava um importante redirecionamento de votos.

A chapa de Nedson Micheleti contava com Luiz Carlos Bracarense, do PPS, como vice, compondo uma coligação voltada à esquerda moderada e com forte discurso de renovação administrativa e compromisso social. Sua campanha mobilizou movimentos populares e setores da classe trabalhadora, ganhando força nos bairros e periferias da cidade.

Do outro lado, Homero Barbosa Neto, acompanhado de Assad Jannani como vice, apostava no carisma jovem e na imagem de renovação política. Vereador combativo, havia conquistado espaço no primeiro turno com um eleitorado dividido e descontente com os nomes tradicionais. No entanto, sua inexperiência administrativa pesou no confronto direto com um adversário mais articulado e com histórico de militância.

A vitória de Micheleti simbolizou uma guinada política em Londrina, colocando novamente o PT no comando da cidade, oito anos após a vitória de Luiz Eduardo Cheida. Naquele momento, mais do que um simples resultado eleitoral, o desfecho de 2000 indicou uma mudança de ânimo no eleitorado, que apostou de maneira clara e decisiva em um projeto de esquerda mais organizado, após um ciclo marcado por alternância e disputas acirradas.

Fontes: Prefeitura do Município de Londrina / Acervo Londrina Histórica.

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