Bosque, infância e inocência

1930


A fotografia sem data precisa remete a um tempo em que Londrina ainda moldava seus contornos urbanos e educativos com os pés firmes no chão de terra e na sombra das matas nativas. Emoldurada por árvores altas e espessas, a imagem mostra dezenas de crianças reunidas no Bosque Municipal Marechal Cândido Rondon, no centro da cidade. São alunos do Colégio Mãe de Deus, vestindo trajes claros e simples, em meio a uma vegetação ainda intocada pelo asfalto ou pelas estruturas do concreto urbano.

O grupo, dividido entre meninos e meninas, parece participar de alguma atividade escolar ao ar livre — uma prática comum das escolas nas décadas iniciais de Londrina. As freiras que aparecem na imagem indicam a condução pedagógica, sugerindo o espírito disciplinado e formador da época. Sentadas no chão ou de pé, com as mãos dadas, as crianças se misturam entre a curiosidade e a timidez diante da câmera.

O Bosque Central foi criado como parte do plano urbanístico de 1934 e serviu como refúgio, ponto de encontro, recreação e, como mostra a foto, sala de aula improvisada. Naquele tempo, o bosque era livre da infestação de pombas e de outros problemas que viriam com o adensamento populacional e urbano.

Hoje, o mesmo bosque carrega a memória desse temp. O problema das pombas — que se tornoou crônico nas últimas décadas — transformou a paisagem e a relação da cidade com seu espaço verde. Mas esta imagem nos lembra de outro tempo, quando era possível aprender entre as árvores, caminhar entre as folhas secas e respirar uma Londrina ainda em formação.

Fontes: Museu Histórico de Londrina Padre Carlos Weiss / Diretoria de Patrimônio Histórico-Cultural de Londrina / Londrina Histórica.

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