O símbolo de progresso que nasceu do sonho de Immo Vicentini

1942



Quando o imigrante italiano Immo Vicentini desembarcou em Londrina em 1942, a cidade mal contava 14 anos de fundação. Ainda era um mosaico de ruas, em sua maioria sem calçamento, armazéns de madeira e sonhos de prosperidade embalados pelo cheiro do café. Mas Vicentini não se intimidou com a precariedade do cenário. Trazia na bagagem a experiência como comerciante de arroz em Ribeirão Preto e a certeza de que aquela terra vermelha, que começava a ganhar fama no Brasil e no exterior, precisava de empreendimentos à altura de seu futuro promissor.

A decisão de investir em hotelaria surgiu da observação atenta do movimento constante de compradores, fazendeiros, representantes comerciais e aventureiros que chegavam atraídos pela pujança do café. Londrina era então a nova fronteira agrícola do Paraná. Faltavam acomodações que oferecessem conforto e requinte a essa clientela. Para viabilizar o projeto, a família Vicentini vendeu a Fazenda Palmital e iniciou, em 1949, a construção do Edifício Vicentini, na rua Maranhão.

Projetado pela Construtora David Primo Lattes, o prédio levou quatro anos para ganhar forma. Quando foi inaugurado em 9 de maio de 1953, a Folha de Londrina saudou o Monções Hotel como “um novo marco de progresso” e exaltou sua elegância e imponência. A recepção calorosa da imprensa refletia um sentimento coletivo: aquele edifício de oito andares, com linhas modernas e acabamentos cuidadosos, simbolizava a ambição de uma cidade que já se via como a capital mundial do café.

Naquele tempo, Londrina também vivia as transformações do pós-guerra: influxo de migrantes de várias partes do país, crescimento populacional acelerado e a modernização do comércio e dos serviços. O Monções veio preencher uma lacuna essencial: a de um hotel capaz de hospedar com dignidade não apenas viajantes de negócios, mas também artistas, políticos e empresários que ali desembarcavam em busca de oportunidades.

Fontes: “Monções: o hotel da ‘capital do café’”, de André Dantas, encontrado em: “Hotéis históricos do Norte do Paraná”, organizado por Paulo César Boni e Juliana de Oliveira Teixeira. Midiograf, 2013. / Acervo Londrina Histórica.

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