Quando Londrina cresceu mais que São Paulo

1990


O ano de 1991 entrou para a história de Londrina como o mais extraordinário da construção civil local. Naquele ano, foram erguidos impressionantes 231 edifícios com quatro ou mais pavimentos - um número que superava proporcionalmente o crescimento de metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro. Era o auge de um processo que transformara uma cidade do interior paranaense numa das que mais se verticalizaram no Brasil.

O fenômeno tinha explicação: os últimos suspiros dos planos econômicos inflacionários criavam uma corrida desesperada aos bens materiais. Quem tinha dinheiro queria investir rapidamente antes que a moeda perdesse valor. O apartamento, além de reserva de valor, oferecia o prestígio social que a classe média londrinense tanto buscava.

Construtoras como a Santa Cruz, que construiu 20 edifícios apenas em 1991, e a Plano's, responsável por outros 23 empreendimentos no mesmo ano, trabalhavam em ritmo frenético para atender a demanda. Era comum ver várias obras da mesma construtora sendo erguidas simultaneamente em diferentes bairros da cidade. Na época, isso era uma novidade.

Mas 1991 também marcou o fim dessa era dourada. O Plano Collor já mostrava seus efeitos devastadores, e os anos seguintes trariam uma realidade bem diferente. Londrina havia crescido para o alto como nunca antes, mas também aprendera que os ciclos econômicos são implacáveis.

Fontes: Dissertação de Viviane Rodrigues de Lima Passos. A verticalização de Londrina: 1970/2000 – a ação dos promotores imobiliários (UEL, 2007) / Dados estatísticos do IBGE / Acervo Londrina Histórica.

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