Entre os 1.670 edifícios construídos em Londrina entre 1970 e 2000, existe um grupo peculiar: 258 empreendimentos classificados como "Condomínio do Edifício", para os quais não há registros completos sobre qual construtora executou a obra. Nos arquivos da prefeitura, constam apenas os nomes dos engenheiros responsáveis por 55 desses projetos.

Esse fenômeno também revela uma característica interessante do mercado imobiliário londrinense naquele período: a proliferação de pequenos grupos de investidores que se organizavam informalmente para construir seus próprios edifícios. Diferentemente dos grandes empreendimentos das construtoras estabelecidas, esses projetos nasciam da iniciativa de profissionais liberais, comerciantes e pequenos empresários que se uniam para viabilizar o sonho do apartamento próprio.

A ausência de registros sistemáticos sobre essas construções não diminui sua importância histórica. Pelo contrário, esses 258 edifícios representam 15,45% de toda a produção vertical de Londrina no período, demonstrando a força do empreendedorismo individual numa época em que a cidade crescia rapidamente.

Muitos desses edifícios foram construídos por pequenas construtoras que atuaram pontualmente no mercado, executando uma ou duas obras antes de se dedicarem a outras atividades. Era a democratização da construção civil, onde qualquer grupo organizado poderia materializar seu projeto habitacional.

Fontes: Dissertação de Viviane Rodrigues de Lima Passos. A verticalização de Londrina: 1970/2000 – a ação dos promotores imobiliários (UEL, 2007) / Prefeitura do Município de Londrina / Acervo Londrina Histórica.

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