José Antonio Teodoro

1978




Em abril de 2009, Maurício Arruda Mendonça publicou em seu blog, chamado Epigrafias, um texto sobre o diretor de teatro José Antonio Teodoro. No final da década de 1970, Londrina viu surgir essa figura que mais tarde seria reconheccida como um dos nomes mais influentes da cena teatral da cidade. Jovem, intenso, esteta por convicção, ele se aproximou do teatro como quem encontra um chamado inevitável. E respondeu a ele com a coragem e sonhos. Em 1978, Teodoro criou e passou a dirigir o grupo Delta de teatro. No ano seguinte, fundou o Bar Valentino, na avenida Bandeirantes, em uma icônica casa de madeira.

Além da atuação no teatro, Théo, como era chamado pelos mais próximos, foi professor, pesquisador, cinéfilo apaixonado por Fellini e Woody Allen, e leitor voraz. Em seu modo de fazer e pensar teatro, admitiu a influência do diretor paulistano Antunes Filho. Encantava seus atores e alunos com a síntese, a originalidade e o poder artístico de suas ideias. Deixou sua assinatura definitiva, moldando o teatro londrinense com um olhar sensível e profissionalizante. Sua primeira montagem, em 1978, foi Os Filhos de Kennedy, de Robert Patrick.

Sua breve, porém impressionante trajetória, foi coroada em 1987 com o Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte), na categoria de Diretor Revelação, por sua impactante versão de Toda Nudez Será Castigada, de Nelson Rodrigues. Uma indicação ao Prêmio Mambembe no mesmo ano consagrava o que já se sabia nos bastidores: José Antonio Teodoro era um talento de dimensão nacional.

Mas sua maior virtude talvez tenha sido a generosidade. Era rígido nos ensaios, detalhista ao extremo, intolerante com improvisos descuidados, mas afável e encantador nos bastidores. Criava com disciplina, mas também com paixão. Ensinava teoria como quem conta histórias. Sua morte precoce, aos 34 anos, em 04 de agosto de 1987, interrompeu uma trajetória que ainda prometia muito. Mas suas ideias e montagens continuam ainda são lembradas nos palcos e na memória de muitos que, graças a ele, passaram a se ver como parte do grande teatro nacional.

Fontes: Maurício Arruda Mendonça, blog Epigrafias. 2009 / Francismar Lemes, Folha de Londrina. 30 dez. 2007 / Acervo Londrina Histórica.

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