Na fotografia, provavelmente do início dos anos 1940, aparece a avenida Paraná ainda sem calçamento, marcada por trilhas curvas na terra batida. O ponto de observação é a altura da então rua Ceará, rebatizada mais tarde como rua Prefeito Hugo Cabral (ele era cearense). É uma Londrina em que o “centro” ainda cabe no olhar, mas já exige linguagem de cidade: comércio alinhado, circulação constante e uma rua principal que começa a se comportar como avenida.

Entre as ruas Ceará e Pernambuco, o que mais chama atenção é o surgimento das primeiras construções em alvenaria com dois a três pavimentos, especialmente à esquerda. Elas não são “altas” no sentido contemporâneo, mas apontam uma mudança de escala: a rua deixa de ser só frente de loja e passa a acumular andares, sacadas e repetição de vãos. Esse desenho, ainda contido, antecipa a verticalização que viria a marcar a área tempos depois.

É ao lado do prédio de três andares, visível à esquerda, que depois seria erguido o edifício Santo Antônio, frequentemente lembrado como um dos primeiros prédios altos da avenida, concluído no começo da década de 1950, um marco de outra fase de investimento e densidade. Essa relação entre “vazio” e “projeto” está na própria imagem: a rua larga, o solo cru e as fachadas recém-erguidas convivem com a expectativa de crescimento.

Em texto publicado pela página no Facebook “Londrina e Norte do PR : Memórias e Fotos Atuais” é sugerido que, do lado direito da imagem, “possivelmente ainda estava de pé o prédio da Casa Barboza”, associada à instalação da primeira bomba de combustível da cidade. A foto registra exatamente o instante intermediário: uma avenida que ainda é terra, mas já não é mais apenas estrada.

Fontes: Página no Facebook “Londrina e Norte do PR : Memórias e Fotos Atuais” / Acervo Londrina Histórica.

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